Dois casos de feminicídio estão entre os júris de agosto na Capital

30/07/2021 16:22 302 visualizações

Um total de 14 sessões de julgamento estão programadas para ocorrerem no mês de agosto pela 1ª e 2ª Varas do Tribunal do Júri de Campo Grande. Entre os casos, duas acusações de feminicídio ocorridas em 2020 que vitimaram uma jovem no bairro Tiradentes e outra mulher no bairro Morada Verde.

O primeiro julgamento de feminicídio será no dia 6 de agosto, a partir das 8 horas, pela 2ª Vara do Tribunal do Júri, no qual o ex-companheiro da vítima é apontado como o autor do crime. Ele responde ao processo juntamente com uma mulher acusada de o auxiliar na fraude do local do homicídio, no entanto, como ela está foragida, somente o acusado será submetido a julgamento nesse momento.

De acordo com a denúncia, no dia 1º de maio de 2020, em uma residência localizada no bairro Morada Verde, o réu, utilizando de instrumento contundente, desferiu golpes contra sua ex-companheira, causando-lhe a morte.

Depois do crime, ele teria carregado o corpo da vítima até o terreno da residência vizinha, onde cavou uma cova e enterrou o cadáver com a finalidade de ocultá-lo. Além disso, a corré é acusada de, a mando dele, ter limpado as manchas de sangue no local do homicídio, com o objetivo de fraudar o local.

O ex-companheiro será julgado acusado de cometer homicídio qualificado por meio cruel, feminicídio, além de ocultação de cadáver e fraude processual.

No dia 13 de agosto, pela 2ª Vara do Tribunal do Júri, será submetido a julgamento um homem acusado de assassinar sua vizinha no bairro Tiradentes. O crime aconteceu no dia 30 de junho de 2020, por volta das 19 horas, quando ele teria abordado a vítima e aplicado um golpe "mata leão", raptando-a e conduzindo-a até o interior de uma edícula na qual ele residia.

No interior da residência, o réu teria utilizado de instrumento pérfuro-cortante, desferindo golpes contra o pescoço da jovem, cujos ferimentos foram a causa da sua morte. De acordo com a acusação, após matar a vítima, ele teria vilipendiado seu cadáver, praticando sexo com a vítima morta.

O réu teria ainda ocultado o corpo da vítima embaixo de sua cama, mantendo o cadáver em sua residência até o dia 3 de julho de 2020, quando o carregou até a esquina das ruas Nova Tiradentes com a João Cassimiro, abandonando-o naquele local.

O acusado será submetido a julgamento acusado de cometer homicídio qualificado por motivo fútil, pois teria matado a jovem porque ela o havia ignorado em data anterior, quando foi cumprimentada por ele. O crime também teria sido cometido mediante esgorjamento, provocando dor e sofrimento excessivo, o que qualifica como meio cruel, além de recurso que dificultou a defesa da vítima, feminicídio e os crimes de ocultação de cadáver e vilipêndio de cadáver.

O primeiro júri do mês está programado para terça-feira (3), quando um réu que atropelou e matou um motociclista será submetido a júri popular pela segunda vez. O primeiro julgamento, ocorrido em 2018, resultou em sua condenação por homicídio culposo na direção de veículo automotor. Porém, houve recurso anulando o resultado e determinando a realização de novo júri.

Narra a acusação que em 16 de julho de 2014, por volta das 21h50, na Rua Catiguá, Bairro Canguru, na Capital, o denunciado atropelou a vítima, causando sua morte. Ainda segundo a denúncia, na noite dos fatos, o réu voltava da casa de sua sogra dirigindo um automóvel Astra Sedan, acompanhado de sua esposa e filho, quando, em dado momento, atravessou um cruzamento com o sinal fechado, ocasião em que quase abalroou a motocicleta pilotada pela vítima.

Depois do ocorrido eles teriam iniciado uma discussão. A vítima, sem descer da moto, desferiu um chute na porta traseira do carro do réu. O acusado, averiguando os danos causados, começou a perseguir a vítima até atropelá-lo, arrastando-o pela rua em alta velocidade, fugindo do local sem prestar socorro. Ele será submetido a julgamento acusado de homicídio qualificado por motivo fútil.

As sessões de julgamento são realizados de terça a sexta-feira, no plenário do Tribunal do Júri, no Fórum de Campo Grande, e contam com restrição de acesso ao público, em razão da pandemia.

Autor da notícia: Secretaria de Comunicação - imprensa@tjms.jus.br